Autor // Bárbara Nascimento
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica (Sintese) e secretário de educação, Belivaldo Chagas, se reuniram ontem (14) na Secretaria do Estado da Educação (Seed). Em
Direção questiona Compromissão de Gestão
pauta a proposta de avaliação de desempenho do governo, a realização de concurso público, a não liberação dos professores aprovados em mestrado e doutorado e a implantação da gestão democrática na rede estadual.
Questionado pela presidenta do Sintese, Ângela Maria de Melo, sobre a efetivação da Gestão Democrática na rede estadual, o secretário limitou-se a responder que não tem dificuldades em retomar a discussão, mas é preciso consultar a Assembleia Legislativa para saber qual o clima. Sugerindo também uma conversa com o líder do governo na casa.
Já quando o ponto em questão foi Avaliação de Desempenho, Belivaldo Chagas afirmou que a Seed não fechou contrato algum e que todos os documentos assinados por ele e enviados às escolas tinham a intenção de apenas provocar a discussão, mas não têm validade. A professora Ângela ressaltou que “o sindicato não tem problemas em discutir avaliação e tampouco pode ficar de fora dos processos iniciais”, disse, criticando a atitude da secretaria que não foi até as instituições de ensino discutir com os professores.
Lembrando outros momentos tortuosos pelos quais passaram a educação pública de Sergipe, Joel Almeida, diretor de Comunicação do Sintese, citou a Avaliação de Desempenho do governo João Alves, que baseada em premiação e análise de comportamento, resultou em uma grande confusão sem nenhum saldo positivo. “O Brasil passa por uma avalanche quando o assunto é educação e Sergipe não acompanha. Não há discussão nas escolas. Diretores e Seed se desapropriaram disso”, criticou Joel.
Portaria
O professor Joel sugeriu que fosse estabelecida uma portaria para dar cabo às demandas da rede estadual. A ideia é que as escolas aproveitem o momento de recesso escolar e planejamento para fazer diagnóstico do ensino oferecido, assim é possível conhecer melhor a realidade da educação pública sergipana. A proposta foi acatada pela Secretaria.
O diretor do dep. de Base Estadual do Sintese, Roberto Silva, se ateve às cascas de banana inseridas no Compromisso de Gestão. O texto fala que a escola seria uma agência comunitária, cita de Plano de Carreira meritocrático e prevê avaliação de terminalidade. O que para o dirigente pode significar uma alteração nas conquistas obtidas pela categoria em vários anos de luta e acarretar no vínculo da escola com empresas privadas, desobrigando o estado dos deveres com a educação pública. Já a terminalidade tem funcionando como critério de demissão em São Paulo e Minas Gerias, onde a Avaliação (de autoria de João Batista dos Mares Guia) foi implantada. O secretário preferiu desconversar e supôs que a crítica seria um erro de interpretação do Sindicato.
Parceira e concurso
A deputada estadual Ana Lúcia também mostrou preocupação a Avaliação de Desempenho encaminhada pela Seed. Para ela é impossível pensar em um projeto desse porte para o estado sem que a Universidade Federal de Sergipe participe da discussão e formulação, por exemplo. O que para a deputada seria desconsiderar o potencial do corpo docente da instituição que sempre contribuiu com a educação. “Li o material e fiquei preocupada. É um projeto sem referência bibliográfica, com pinceladas de várias coisas. A escola pública não é uma empresa, não podemos inserir uma lógica de avaliação que desconsidere a diversidade dos alunos”, ponderou Ana Lúcia.
Para a consolidação do concurso público, que deve ter edital lançado em breve, a Seed solicitou que o Sintese elegesse os membros que irão compor a comissão organizadora. A indicação será hoje, às 15 horas, em assembleia do magistério (que acontece no Instituto Histórico e Geográfico) como prevê o estatuto.
SINTESE
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