Autor // sintese
Os professores da rede municipal de Japaratuba que participaram do ato público no último dia 07 de setembro estão sendo ameaçados de demissão, pois um inquérito administrativo foi impetrado pelo Poder Executivo do município.
O recebimento não foi exatamente uma surpresa, pois a própria reação da administração municipal ao ato realizado pelos professores já era indicativo de quão truculenta seria a ação. “Estamos vivenciando um clima de perseguição por buscarmos nossos direitos”, afirma Ronaldo dos Santos, membro da comissão de negociação.
A forma como os professores foram intimados também preocupou a direção do sindicato. Alguns educadores receberam as intimações em sala de aula, num claro processo de assédio moral.
No dia 27 de setembro os professores, acompanhados da assessoria jurídica do SINTESE, foram a Secretaria de Administração. Lá souberam que o inquérito tinha sido suspenso por conter erros, mas que em breve seria reaberto. A assessoria jurídica do SINTESE solicitou a prefeitura cópia da documentação utilizada para acusar os professores, para que eles tenham o direito constitucional de ampla defesa.
O clima entre os educadores é de tensão, mas eles continuam firmes na luta pela manutenção dos direitos conquistados e pela revisão do piso conforme a lei. “As adaptações na carreira já foram feitas para a implantação do piso, agora é só revisão não há motivo para mexer novamente no plano de carreira”, avaliou Lúcia Barroso, vice-presidenta do SINTESE.
Os educadores fizeram o ato como forma de denunciar a situação das escolas, problemas com transporte dos alunos e professores, mau gerenciamento da merenda escolar, ausência de conexão a internet nas escolas que possuem laboratório de Tecnologia Educacional e também a ação da prefeitura que condiciona a revisão do piso à perda de direitos, como a redução do triênio de 3% para 5%.
A comissão de negociação do SINTESE no município soube por alguns professores que a administração está fazendo reuniões com professores e apresentando um documento para que eles assinem concordando com a redução do triênio. “A categoria não deve assinar documento abrindo mão de direitos, pois só a Comissão de Negociação pode negociar, pois ela foi eleita para tal e a comissão só encaminha o que é decidido de forma coletiva em assembleia”, pontuou Lúcia.
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