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Os professores do Colégio Estadual Irmã Maria Clemência situado no município de Capela, decidiram não aderir ao Índice Guia de Avaliação de Desempenho. Eles enviaram documento a direção da escola elencando os motivos para esta decisão.
Vale lembrar que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional dá o direito aos professores e a escola a não adotarem políticas educacionais que firam a sua autonomia pedagógica.
“Nós professores do Colégio Estadual Irmã Maria Clemência, situado na Rua Fausto Cardoso, número 976, Capela, Sergipe reunidos no dia 24 de março de 2012 para discutirmos a adesão desta unidade de ensino ao Compromisso de Gestão que o Governo do Estado está impondo e, consequentemente, a Avaliação de Desempenho dos Professores com o “Índice Guia”, vimos através deste documento informar à direção do colégio acima citado, bem como a quem interessar que NÃO vamos aderir ao referido compromisso, assim como não autorizamos a quem quer que seja que use nossos nomes para postar qualquer ação pedagógica desenvolvida por nós, professores abaixo assinado, como parte da tarefa que foi cumprida para ser avaliada, tendo como base o “Índice Guia”.
Dentre os vários motivos que nos levou a dizer não ao Compromisso de Gestão, podemos elencar:
- Ele penaliza e discrimina professores e alunos do nosso Colégio, uma que nossa realidade em termos de matéria didático-pedagógico disponível e de estrutura física da escola são extremamente escassos ou inexistentes e ao assinarmos este compromisso estaríamos nos responsabilizando em cumprir as ações do “Índice-Guia”, uma vez que no seu IQGE (Índice de Qualidade da Gestão da Escola) indicador 5, escala de medida C (Eficiência), deixa claro que: “Os contratos e acordos internos são cumpridos e todos compreendem que cada um é responsável por agir eficientemente, em um contexto de relativa escassez de meios”, retirando assim a responsabilidade do Estado de nos oferecer os meios necessários para melhorar a nossa ação pedagógica;
- No colégio não possui biblioteca, mas sim, uma sala onde ficam armazenados os livros didáticos em armários, alguns livros paradidáticos, a televisão e o aparelho de DVD e alguns mapas: servindo ainda, como sala de professor:
- O Colégio Irmã Maria Clemência não dispõe de espaço físico e sala de aula que possa ser utilizada para os alunos receberem educação suplementar e nem o Estado disponibiliza professores para esta tarefa;
- O laboratório de Informática não funciona de forma exigida no “Índice-Guia”;
- Não existe na escola: softwares, mapotecas e outros kits que o professor utilize em suas aulas;
- Não existe laboratório de Ciências, nem kit experimental para a realização de aulas experimentais;
- O colégio não dispõe de área para atividades lúdicas a exemplo de culminância de projetos, reuniões com todas as turmas, comemorações. Eventos como a “Feira de Conhecimento” já foram realizados em praça pública e percebemos que isto prejudicou o desempenho dos alunos e do nosso trabalho. O recreio é realizado na praça, bem como as aulas práticas de Educação Física;
- As salas de aula são muito quentes, atrapalhando o bem estar a e concentração dos alunos durante as aulas;
- Os alunos da escola, especialmente os do turno Noturno, não dispõem de tempo, nem de transporte escolar fora do horário em que estudam, para receber educação suplementar, além do que a maioria trabalha durante o dia.
Ao fazermos a leitura e análise dos vários itens do “Índice Guia” podemos chegar à conclusão de que quem o elaborou não conhece a realidade da escolas do nosso Estado e em especial a do Colégio Estadual Irmã Maria Clemência, que além de não dispor de prédio próprio, funciona cem um local que não pertencem ao Estado e é inadequado para ser uma escola, já que fica localizado em uma rua muito movimentada, cujo barulho constante acaba atrapalhando, muitas vezes, o andamento das aulas.
Entendemos, assim, que o Estado ao ternar nos avaliar desta maneira, deixa de lado a sua responsabilidade, já que o Sistema Estadual de Educação não será avaliado e da forma como a avaliação está sendo imposta a consideramos arbitrária, já que para nós professores do Colégio Estadual Irmã Maria Clemência a avaliação não pode vir para nomear professores e alunos em suficientes ou deficientes, mas sim, para buscar cada vez mais instrumentos que possam nos auxiliar a melhorar a nossa prática docente e a aprendizagem dos nossos alunos.
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