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No próximo dia 13, os professores da rede estadual farão ato público com a queima do Índice Guia de Avaliação de Desempenho em frente a sede da Diretoria de Educação de Aracaju (DEA) localizada na rua Laranjeiras próximo ao Instituto de Educação Rui Barbosa e ao Colégio Costa e Silva.
O ato faz parte da programação do Agosto Vermelho, mês onde diversos atos acontecerão tanto na capital quanto no interior em defesa do reajuste do piso do magistério e pela autonomia dos professores nas escolas da rede estadual.
Desde o ano passado a Secretaria de Estado da Educação tem feito uma série de ações com o objetivo de impor a sua forma de avaliação aos professores e gestores da rede estadual
Ao impor o “Compromisso de Gestão” e o “Índice Guia” documentos que compõem um modelo de avaliação que não leva em conta a realidade dos alunos, dos professores, da estrutura física da escola e da comunidade a Secretaria de Estado da Educação - SEED coloca em risco a autonomia das escolas e, principalmente dos professores estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB.
Mesmo usando as prerrogativas de secretaria de Estado de baixar portarias, a portaria que “manda” as escolas seguirem o Compromisso de Gestão e o Índice Guia não tem base legal, pois a Lei de Diretrizes e Bases que norteiam como deve ser organizada a Educação no Brasil estabelece que as escolas têm autonomia para desenvolverem seus planos políticos pedagógicos e podem recusar-se a adotar medidas que vão de encontro ao que for estabelecido na lei.
Essa foi a atitude dos professores de escolas como: Colégio Estadual Almirante Tamandaré em Nossa Senhora de Lourdes, Irmã Clemência em Capela, Francisco Rosa em Aracaju que elaboraram documentos comunicando a Secretaria de Estado da Educação que não adotariam o “Compromisso de Gestão” e o “Índice Guia” como norteadores de suas práticas pedagógicas.
Vários são os argumentos utilizados pelos professores para a não aceitação: desde a falta de formação permanente, passado pelo constrangimento que é exaltado nos dois documentos, total falta de estrutura física dos estabelecimentos de ensino e principalmente porque estes dois documentos tratam a educação como um item de mercado e não como um dos meios de transformar as pessoas como cidadãos com capacidade de transformar o mundo.
Quando a SEED começou a fazer ações para impor o Índice Guia o SINTESE tem feito reuniões com os professores, estudos e avaliações que culminaram no encarte da Revista Paulo Freire “Direito a Educação: Dever do Estado” onde os professores terão a argumentação para se contrapor a imposição destes dois documentos.
Paralelamente a isso desde maio há um grupo de trabalho com o objetivo de formular o projeto de Educação que os professores defendem, em contraponto a esta visão mercantilista e neoliberal que norteiam as pretensas políticas públicas aplicadas em Sergipe. O projeto está em fase final de confecção e será apresentado os professores em seminários a serem realizados nos meses de setembro e outubro e a ser ratificado no XIV Congresso dos Trabalhadores da Educação promovido pelo SINTESE no período de 07 a 10 de novembro no Iate Clube de Aracaju.
Não há obrigação
Vale ressaltar que apesar dos diretores das escolas terem assinado o “Compromisso de Gestão” não significa que os professores sejam obrigados a adotá-lo. “Os professores não têm nenhuma obrigação legal de cumprir algo que foi assinado pela direção da escola sem uma discussão com a comunidade escolar”, aponta do diretor do departamento de Base Estadual do SINTESE, Roberto Silva dos Santos.
Outro ponto importante é questionar como as escolas podem assinar um compromisso de gestão com a Secretaria de Estado da Educação se elas são órgãos da própria SEED. Essa só é mais uma prova de que o Estado busca, com a imposição deste tipo de avaliação, se desobrigar de suas ações no processo de garantia de uma educação de qualidade social.
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