A deputada e professora Ana Lúcia (PT), mais uma vez saiu em defesa da sua categoria, o magistério. Ela usou a tribuna da Assembléia Legislativa, para defender os professores, em greve desde o dia 16 de abril.
Das galerias, os educadores puderam acompanhar o discurso forte e contundente da deputada, que questionou as acusações e ofensas proferidas por gestores contra professores da rede estadual de ensino. “Estão tentando transformar os educadores desse estado em réus, como se a reivindicação que fazem fosse errada, no entanto é uma reivindicação referendada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou a parlamentar.
No discurso inflamado que fez nesta quarta-feira (09), Ana Lúcia criticou as tentativas do governo de, por meio da mídia, jogar a população contra os professores, como se o piso de 22,22% fosse ilegal. No entanto, é um cálculo que a legislação prevê, e acrescentou que se o problema é a falta de recursos, o governo poderia ter recorrido ao ministério da educação, ação prevista pela legislação.
Enquanto petista histórica, Ana relembrou que o Partido dos Trabalhadores não pode responder pelas ações dos gestores do PT, já que desde a sua fundação o partido foi orientado pela luta dos trabalhadores.
“Nós somos do Partido dos Trabalhadores, nós nascemos nas greves, nascemos defendendo a democracia, nós nascemos defendendo a organização dos trabalhadores em todos os seus segmentos, defendendo a cidadania e a liberdade, defendendo a superação de preconceitos e de discriminação. Nós nascemos lutando pela justiça e pela igualdade social”, manifestou a educadora.
Ana Lúcia rememorou os tempos de luta, em que mesmo com ameaças de corte de salários, os trabalhadores em educação foram às ruas reivindicar melhores condições salaraias e de trabalho.
“Vivenciamos isso com 56 dias de greve no governo de Valadares, com 28 dias de greve no governo de João Alves, e em mais de 30 dias de greve no governo de Albano Franco. Todos eles suspendiam salários, fechavam a negociação, e depois voltavam a pagar”, ressaltou.
Petistas históricos
A deputada mostrou indignação em vivenciar em um governo petista práticas que cerceiem o direito dos professores, e resgatou grandes nomes da educação brasileira responsáveis pela fundação do partido, como Paulo Freire e Marilene Chauí.
“Eu não posso admitir que os meus colegas professores, que estão fazendo um ato legítimo, sejam chamados de mal educados, enquanto uma diretora da Secretaria de Educação sai ofendendo o professor Iran Barbosa, o Sintese e a mim”, comparou.
Ana apresentou para os parlamentares presentes o ofício formulado pelo Sintese, ressaltando a importância daquele ato de representar um sindicato com 24.680 filiados, que estão conclamando mais uma vez um posicionamento favorável do Legislativo do Estado.
No ofício lido pela deputada constam as pautas defendidas pelo Sindicato, como os 10% do PIB para a educação pública, plano de carreira e reajuste do piso de 22,22% para todos os níveis.
Através do ofício, os professores explicam os motivos que levaram a categoria a deflagrar a greve geral: uma série de transgressões à Lei do Piso, inclusive com o aval do Legislativo, ao aprovar, por maioria, um projeto do Executivo que extingui o nível 1 do magistério, isso no final de dezembro de 2011.
Por Laila Oliveira
FAXAJU
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