por Blog Lampião Aceso, da redação
Não bastasse o dia 02 de novembro ser um dia que remete a lembranças de perdas dos entes queridos e se torna assim, naturalmente, em um dia triste, melancólico, este ano ele ainda foi mais doído, especialmente para os pesquisadores e escritores do tema cangaço que se reúnem em associações e seminários para estudar o assunto sobre o qual Alcino Costa, autor de vários livros, era um mestre. No dia 1º de novembro morreu Alcino Costa, “o caipira de Poço Redondo”.
Era assim que ele gostava de ser chamado. Na verdade, uma homenagem a todos os sertanejos de sua querida Poço Redondo que ele mesmo descreve assim: “Outrora, Poço Redondo era um arruado pertencente ao vasto município de Porto da Folha. Com sua emancipação em 25 de novembro de 1953 quase todas as fazendas nascidas nos escondidos daquelas brenhas caatingueiras passaram a pertencer ao novo município. Dentre elas uma fazenda chamada Pia Nova. Nos idos do cangaço o proprietário da Pia Nova era um caboclo de “boa cepa”, “raiz de braúna”, verdadeira “madeira de lei”, “homem atutanado”, sertanejo de “peso e medida”, chamado Torquato José dos Santos”.
"Alcino joga no time dos que acreditam que Angico está repleto de "mentiras e mistérios", diz o Blog Lampião Aceso. E uma das homenagens que recebeu.
“Alcino nasceu no dia 17 de junho em 1940, em Poço Redondo, no seio de uma família que contava com mais quatro irmãos e duas irmãs. Muito jovem, enfronhou-se na política local. Foi prefeito por três vezes, entre meados da década de 1960 e fins da década de 1980. No entanto, abandonou essa paixão cheia de sobressaltos por outras que lhe eram mais caras: a família, os livros, a música e, como não podia deixar de ser, o Sertão. Passou parte da vida ouvindo histórias sobre o cangaço. Autor dos livros "Lampião além da versão - mentiras e mistérios de Angico", “Preces ao Velho Chico”; “Sertão, viola e amor”; “Canindé do São Francisco, seu povo e sua história”; “O sertão de Lampião”; e “Poço Redondo, a saga de um povo”. Auditor fiscal aposentado, poeta, compositor e historiador, foi por 3 vezes Prefeito de Poço Redondo”. (do Blog Cariri Cangaço)
Hoje a sua Poço Redondo está de luto fechado. E todo o Nordeste chora a sua morte. Os que estudam, pesquisam, debatem sobre o cangaço estão entristecidos, cabisbaixos, melancólicos pelo passagem do companheiro de tantas caminhadas.
Aqui em Paulo Afonso, João de Souza Lima, Luiz Ruben, Gilmar Teixeira, Rubinho Lima, Galdino, todos estamos pesarosos.
Conheci Alcino Costa quando, a convite de Manoel Severo, participei do Cariri Cangaço no Crato e região do Cariri cearense. Ali estive, com João de Souza e outros pauloafonsinos pra conhecer alguns dos palestrantes que estariam em Paulo Afonso no Seminário do Centenário de Maria Bonita que estávamos organizando, pelo Departamento de Turismo da Prefeitura e coordenação de João de Souza Lima.
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