Ele criticou fato de apenas 96 mil paulistas estarem universidade pública.
Lula disse que governantes com doutorado não investiram em educação.
Ardilhes Moreira Do G1, em São Paulo
Presidente Lula durante visita às instalações do
campus Suzano do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)
(Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (10), em Suzano (SP), que a “elite paulista que governou o estado de São Paulo nunca se importou em colocar os pobres na universidade”. Durante a inauguração de um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Lula criticou o fato de apenas 96 mil paulistas estudarem em universidades federais no estado.
Segundo ele, o número é menor do que a quantidade de pessoas inscritas no Prouni, programa do governo que prevê bolsas de estudo integrais e parciais a estudantes de baixa renda. “O estado que tem mais indústria, a maior renda per capita e só tem 96 mil alunos estudando em universidade é uma vergonha, sobretudo para a elite que sempre governou o estado de São Paulo”, disse.
Lula disse ainda que os governantes que possuiam diplomas universitários e títulos de mestrado e doutorado não queriam que os outros tivessem a mesma oportunidade educacional. "Achavam que apenas eles tinham direito de fazer graduação aqui e depois fazer pós-graduação em Chicago e Londres. E os pobres não tinham sequer como terminar o ensino fundamental", criticou.
Ele destacou a construção, durante seu governo, de 14 universidades federais e disse que alguns presidentes não fizeram sequer uma instituição de ensino superior. "Nós em oito anos já vamos passar para a história como o governo que mais fez universidade nesse país. Teve presidente com doutorado, com pós-graduação, que não fez nenhuma universidade. Ele já tinha aprendido, para que ensinar para os outros?"
De acordo com Lula, o povo brasileiro está "mais exigente" e não quer apenas emprego, deseja ser mão-de-obra qualificada. "Nós os mortais desse país, sempre tratados como cidadãos de segunda categoria, não queremos só ser pedreiro, temos o direito de ser médicos, engenheiros, professores", afirmou.
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