Setecentos quilos de explosivos serão usados para derrubar o anel superior.
Segundo consórcio, obras do novo estádio devem começar em setembro.
Caroline Hasselmann Do G1, em São Paulo
Anel superior da Fonte Nova será implodido neste
domingo (29) (Foto: Divulgação/ Codesal)
O anel superior do Estádio Otávio Mangabeira, conhecido como Fonte Nova, em Salvador, será implodido às 10h deste domingo (29). O estádio foi palco de um acidente em 2007, que resultou na morte de sete pessoas. No acidente, parte do piso do anel superior do estádio desabou.
No mesmo local será construído um novo estádio, rebatizado de Arena Fonte Nova, que será uma das sedes da Copa do Mundo 2014. A área de 12 mil metros quadrados terá capacidade para 50.433 pessoas.
Na implosão do anel superior, que faz parte da segunda fase do processo de demolição, serão usados 700 quilos de explosivos. Entre 15 e 17 segundos, ele vai estar no chão. O anel inferior já foi demolido por máquinas.
“Serão 1.100 pontos de detonação. É a primeira vez que acontece uma implosão num estádio deste porte na América do Sul”, afirma o engenheiro Manuel Jorge Dias, da Arcoenge Engenharia. A empresa já realizou 72 implosões no Brasil, entre elas a da Penitenciária do Carandiru (fases I e II) e a do galpão em frente ao Aeroporto de Congonhas.
A Arcoenge foi contratada pelo Consórcio Arena Salvador 2014, que vai executar a construção da Arena Fonte Nova.
Segundo Dias, o processo de demolição começou há dois meses, com a derrubada do anel inferior com máquinas e posterior perfuração dos pilares. Nesta etapa, apenas a tribuna de honra não será implodida, segundo o engenheiro. “Como ela está localizada numa área de risco, tanto para os moradores como para as edificações, a previsão é de que na terça-feira (31) façamos a demolição final com máquinas”, afirma.
Operação
Segundo informações do Consórcio, os 138 pilares da Fonte Nova foram furados para receber os explosivos.
Cerca de 1.280 pessoas vão participar da operação de evacuação da área no entrono do estádio. As equipes vão ser coordenadas pela Defesa Civil.
Segundo a Coordenação de Defesa Civil de Salvador (Codesal), equipes do órgão vão ser responsáveis pela varredura pós-implosão para examinar a possível obstrução das vias.
Com a demolição da tribuna de honra, prevista para terça-feira (31), o Consórcio Arena Salvador, vai aguardar apenas a liberação do alvará de construção emitido pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom) para iniciar a construção do novo estádio, previsto para o início de setembro. A Sucom afirmou que a liberação do alvará deve sair ainda no mês de agosto.
Nova Arena
Segundo o Consórcio, o projeto arquitetônico da Arena Fonte Nova vai preservar o formato de ferradura, com abertura para o Dique do Tororó, e terá uma arena multiuso. Com padrão internacional, além de jogos, a Nova Fonte Nova também vai poder receber shows, congressos e encontros de negócios. A estrutura verticalizada deverá aproximar mais o público do espetáculo.
A Fonte Nova Negócios e Participações S/A é a concessionária que vai administrar, operar e manter o estádio nos próximos 35 anos. Ela é formada pelas empresas Odebrecht e OAS, que também fazem parte do Consórcio Arena Salvador 2014.
Estádio foi palco de acidente
Em 25 de novembro de 2007, o piso do anel superior caiu após uma comemoração dos torcedores do time do Bahia e sete pessoas morreram. No momento do acidente, cerca de 60 mil torcedores assistiam a uma partida entre Bahia e Vila Nova, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
“Fiz uma vistoria na época do acidente e vi que a maior parte da estrutura estava deteriorada, não teria condições de reforma, seria inviável tanto pelo custo quanto pela engenharia”, afirma Dias.
Um relatório do Sindicato Nacional da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) sobre a situação dos principais estádios brasileiros de 17 capitais e de Santos (SP), foi divulgado no dia 1º de novembro de 2007, mês do acidente, e havia classificado o Fonte Nova como o em pior estado, entre os 27 analisados.
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