Escrito por Caroline Santos
No dia 05 de junho a partir das 8h, no auditório do Sindicato dos Médicos, o SINTESE realiza encontro para debater sobre o pacote Alfa e Beto na rede estadual.
O encontro foi marcado após educadores de diversas escolas estaduais terem procurado
a direção do SINTESE extremamente preocupados, pois a Secretaria de Estado da Educação - SEED está propondo a extinção de todas as turmas regulares do 1º ao 5º ano, transformando-as no “pacote” educacional Alfa e Beto. “Transformar as turmas regulares em Alfa e Beto acarretará um grande prejuízo para a educação pública de Sergipe. Já existem estudos provando que esses pacotes educacionais não contribuem em nada para a Educação”, disse o presidente do SINTESE, Joel Almeida.
Educadores revoltados
Para os educadores essa política vai de encontro a tudo que vem sendo construído na educação pública nacional. A SEED, com essa ação, fere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como toda concepção educacional progressista presente no país. Pela proposta da SEED, todos os professores serão obrigados a trabalhar com um livro didático, comprado com dinheiro da educação estadual.
Além do engessamento da autonomia do professor em sala de aula, o “material didático” oferecido pelo programa é construído para uma realidade completamente diferente da nossa, isso sem contar os erros gráficos e de informação contido nos livros.
Para a surpresa do sindicato, muitos professores que questionaram sobre os erros existentes nos livros e porque eles não foram devolvidos, tiveram como resposta da SEED que os livros já foram comprado e que devem ser utilizados assim mesmo.
Livros do MEC jogados fora
Todas as escolas estaduais receberam, no mês de fevereiro, livros do Ministério da Educação -MEC que foram escolhidos pelos professores no ano passado. O Programa Nacional do Livro Didático - PNLD, coordenado pelo FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação dá ao professor o poder de decidir qual o livro mais adequado para o perfil de seus alunos. O livro escolhido pelo professor é o que o FNDE compra e manda diretamente para as escolas. Essa política do Governo Federal é importante, pois garante ao professor a autonomia para ensinar seus alunos a partir da concepção pedagógica que ele defende.
“Entretanto, a SEED, em vez de investir em reforma de escolas e compra de material pedagógico para auxiliar os professores no trabalho docente, gastou milhões na compra de novos livros com qualidade duvidosa. O que é mais grave, esse material foi comprado sem consultar os professores e fora da realidade dos alunos”, disse Ângela Melo, diretora do departamento de Formação e Educação do SINTESE.
Já os livros enviados pelo Ministério da Educação para as escolas estaduais estão sendo arrancados das mãos dos alunos e jogados fora, um desperdício do dinheiro público. A direção do SINTESE esteve em algumas escolas estaduais para verificar a situação e comprovou o crime. Os livros novos comprados pelo MEC, que foram escolhidos pelos professores jogados no chão.
Denúncia será feita nos órgãos federais
O SINTESE conseguiu algumas fotos desse crime cometido pela Secretaria de Estado da Educação e irá enviá-las ao Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União e Tribunal de contas da União para que esses órgãos apurem a denúncia. Não dá para admitir que o Estado jogue no lixo os livros enviados gratuitamente pelo Governo Federal que são os mesmos livros utilizados pelas escolas particulares e fique impune.
A direção do SINTESE repudia essa ação da SEED e pede justiça aos órgãos competentes que possam impedir esse crime contra os alunos que não terão acesso aos livros que são revisados por professores, contratados pelo MEC, das melhores universidades do país e um crime contra o povo brasileiro que verão o dinheiro público jogado no lixo.
SINTESE
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