UMA BOA NOTÍCIA EM RELAÇÃO ÀS CRIANÇAS
O Estado de Sergipe registrou, até o momento, desde o ano de 1987, 91 casos de AIDS em menores de cinco anos. O total de notificações nas outras faixas etárias, já atingiu quase 3.000 casos, e, diariamente, no ano de 2.012, em adultos, é notificado um novo caso em nosso estado.
É uma grande vitória na luta contra uma doença que trouxe grandes prejuízos para a saúde pública mundial. Estabilizar os casos de AIDS em crianças foi um grande desafio devido à precariedade da atenção básica, onde não se consegue reduzir os casos de sífilis em crianças, por várias falhas no pré-natal.
A Transmissão do HIV para as crianças
Em mais de 90% dos casos a criança se infecta com o vírus da AIDS através da mãe, isto é, durante a gravidez, no parto ou através da amamentação (chama-se transmissão vertical). Assim como os adultos, as crianças também podem contrair o HIV através de sangue infectado ou por abuso sexual.
Os Sinais e Sintomas da AIDS em Crianças
Os sinais e sintomas da AIDS em crianças são: aumento crônico de parótida (“papeira” permanente); dermatite (inflamação de pele) persistente; aumento do baço e fígado, aumento dos gânglios linfáticos ou linfonodos, infecções persistentes ou recorrentes de vias aéreas superiores (otite média ou sinusite), anemia (mais de 30 dias); candidíase oral (sapinho na boca) e no esôfago resistente a tratamento (mais de 2 meses em maiores de 6 meses de idade), diarreia persistente ou crônica; febre (mais de 1 mês); gengivo-estomatite herpética (herpes na boca) recorrente (2 episódios em 1 ano), hepatite, meningite bacteriana, pneumonia, tuberculose pulmonar; varicela (catapora) disseminada, infecções bacterianas graves múltiplas e recorrentes e linfomas (tumores no sistema linfático). Geralmente os recém-nascidos são assintomáticos até o terceiro ou quarto mês, porém em algumas crianças já se verifica ao nascimento, baixo peso para a idade gestacional e dificuldade para crescer. Já em crianças maiores e nos adolescentes, a apresentação clínica é semelhante à observada nos adultos. Alguns bebês infectados adoecem logo no primeiro ano de vida, estes têm AIDS. Já outros permanecem saudáveis por muitos anos.
Prevenção do HIV para as crianças
O sucesso na prevenção do HIV em crianças é devido ao trabalho que vem sendo realizado no pré-natal e nas maternidades, com a utilização do teste rápido para o diagnóstico do HIV em todas as gestantes e adoção das medidas preventivas diante de uma gestante soropositiva: um acompanhamento pré-natal e profilaxia específica (gestante tomará medicamentos antirretrovirais durante a gravidez e parto), além de cuidados especiais durante o parto (parto geralmente cesariana). Evitar amamentação e utilizar a fórmula infantil (leite artificial) é fundamental para a saúde da criança. A criança também tomará medicamentos antirretrovirais.
É importante saber: O Exame Positivo para o HIV em criança nem sempre significa que ela esteja infectada
Durante os primeiros 18 meses de vida o bebê pode ter o teste positivo, pois ele.
recebeu anticorpos contra o vírus que a mãe produziu e passaram pela placenta, fazendo com que o teste seja positivo. Mas estes testes não significam que ele é portador do HIV. Por isso é preciso que até os 18 meses de vida o filho da gestante soropositiva faça periodicamente este teste. Só depois de 18 meses há o desaparecimento dos anticorpos que a gestante passou para o seu filho e a partir daí, se o teste for positivo ele estará infectado, se for negativo ele não recebeu de mãe o vírus, apenas os anticorpos.
Crianças Expostas ao HIV
São denominadas crianças expostas, todas as crianças filhas de mães soropositivas ou que tenham suspeita de infecção pelo HIV e todas as crianças que tenham sido amamentadas por mulheres infectadas ou que tenham suspeita de infecção pelo HIV.
Solidariedade às Crianças Soropositivas e Expostas
Na próxima sexta feira, dia 19 de outubro, a partir das 14 horas, a Secretaria de Estado da Saúde e estudantes do Colégio Master, realizarão uma tarde de lazer em um parque da cidade, onde as crianças soropositivas e expostas participarão de atividades recreativas e receberão brinquedos e alimentos doados pelos voluntários. Uma criança soropositiva bem tratada, com acompanhamento médico adequado e com apoio da família e da sociedade, pode viver por muitos anos. Não se pode esquecer que as crianças infectadas existem e precisam e devem ser encarados com respeito e dignidade.
Artigo escrito pelo médico Almir Santana, Gerente do Programa de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde
0 comentários:
Postar um comentário