onselectstart='return false'

*

VIVA A VIDA!!!!!!!!

domingo, 20 de junho de 2010

Distração ao volante é quarta maior causa de acidentes e multas em SP

Falar ao celular, mexer no rádio e até fazer maquiagem aumentam riscos.
Segundo especialista, falha de atenção causa 72% dos acidentes.

Roney Domingos e Carolina Iskandarian Do G1 SP

 

Motorista de maquia no espelho do carroGiovanna Pereira, que usa o espelho do carro para fazer maquiagem  (Foto: Carolina Iskandarian)

saiba mais

A distração ao volante é quarto maior motivo de acidentes e multas em São Paulo. Na terça-feira (15), um caminhoneiro se distraiu ao coçar os olhos e deixou o veículo escapar da pista do Rodoanel. Na segunda (14),  um rapaz de 19 anos se distraiu ao mudar a estação do rádio e colidiu seu veículo na traseira de outro carro na Avenida dos Bandeirantes.

Professor titular do laboratório de Psicofísica e Percepção da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, o psicólogo José Aparecido da Silva afirma que 98% dos acidentes são provocados por fatores humanos e 72% por falhas de atenção.  Silva coloca a distração como a quarta causa mais frequente de acidentes. Segundo ele, o uso de celular, para falar ou mandar torpedo, é a principal fonte de problemas.

A Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) informou que o uso de celular é a quarta maior causa de multas: 475 mil em 2009 contra 373 mil em 2008 (um aumento de 27%).

O professor Silva conta que na semana passada quase bateu o carro em um poste por causa de um espirro ao volante. "Os olhos se fecham quando a gente espirra. Nesses poucos segundos, fiz um zigue-zague na pista central. Estava a quase 30 km por hora. A pessoa que estava ao meu lado gritou", diz o professor.

Ele explica que dirigir demanda até 100% da atenção do motorista e a atividade não pode ficar em segundo plano.  Além de receber informação visual ininterruptamente, o motorista depende do sistema auditivo, do sistema vestibular (sensação de equilíbrio) e do sinestésico (percepção). Sempre que um fator interfere nestes sistemas,  a segurança está em risco. 
"Os fatores que distraem a atenção do motorista são estímulos competitivos, como buzina, barulho, celular, conversação interna, televisão, uso do GPS e qualquer outro que exija movimentos oculares", afirmou.

A consultora comercial Giovanna Pereira, de 37 anos, pode ser um perigo no trânsito. Mas ela jura que não. Vaidosa, só sai de casa sem maquiagem porque sabe que consegue fazer isso dentro do carro durante o trajeto até o trabalho. “Acordo super cedo. Tenho que tomar banho, tomar café, me trocar, secar o cabelo. Se não tivesse o trânsito, tudo bem, daria tempo”, diz ela.

A bolsinha com rímel, pó, batom e lápis de olho fica no colo. Entre uma parada e outra no semáforo, Giovanna pinta os olhos usando o espelhinho do carro no quebra-sol. Só uma das mãos fica no volante. “Apesar de a maquiagem me distrair, eu fico ligada. Olho toda hora para frente”, conta ela, que afirma nunca ter batido no veículo da frente.

“Já quase bati trocando o CD do rádio. Isso me distrai mais porque você tem que olhar para baixo.”  No colo, também estão os dois celulares, que ela atende a toda hora. Por essa infração, a moça já foi punida. “Tenho umas duas ou três multas.”

Segundo Silva, desatenção por tempo igual ou superior a dois segundos aumenta para quase 100% a chance de acidentes. "Se o motorista estiver usando o torpedo é ainda pior. Depois de dois segundos ele já se desviou da pista principal."  Foi o que aconteceu com Thiago Moura, o motorista do caminhão que escapou do Rodoanel. Ele conta tentou voltar à pista, mas não deu mais. "Eu distraí. Fui coçar o olho. Para desviar da barreira acabei entrando na pista de terra ao lado da rodovia."

Silva diz que ao conversar com o passageiro do lado, por exemplo, o motorista corre algum risco, mas menor do que falar ao celular, comer ou ouvir rádio. "O passageiro ao lado acompanha o trânsito e interrompe a fala quando percebe algum risco, avisa ou modula de acordo com o ritmo de trânsito", diz ele.

Já ouvir rádio e mexer nele tem efeito menos agressivo do que falar ao celular. "O rádio demanda no máximo um movimento motor ou sinestésico. No celular, mesmo no viva-voz, e no torpedo, exige-se carga mental igual à de operações cognitivas elementares. É como contar número primos detrás para frente", afirma.

G1

0 comentários:

INDICADORES