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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Jornal da Cidade: Autoridades marcadas para morrer em Sergipe

Jornal da Cidade: Autoridades marcadas para morrer em Sergipe

Seis autoridades sergipanas estão marcadas para morrer: um deputado estadual, um radialista, um desembargador, duas juízas e um procurador de Justiça. Os nomes constam na lista que está sendo atribuída ao agiota Floro Calheiros, que em dezembro de 2008 fugiu das dependências do Hospital São Lucas, em Aracaju, e até hoje não foi recapturado. O JORNAL DA CIDADE sabe o nome de cada uma dessas pessoas, mas prefere não divulgar para não criar pânico ou pôr ainda mais em risco a integridade física delas.

Estas seis pessoas fazem parte de uma lista maior, com um total de 17 nomes, sendo que 11 deles já teriam sido mortos. O último da lista teria sido o delegado da Polícia Civil da Bahia, André Serra, 43 anos, assassinado em 29 de outubro de 2009, na cidade de Ipiaú (BA), onde trabalhava. A polícia baiana até hoje não desvendou o crime.

Todas essas pessoas foram procuradas, através de suas assessorias, para comentar o assunto. O desembargador, através da assessoria, disse que prefere não se manifestar sobre o assunto. O deputado estadual não foi localizado, nem mesmo através do telefone celular, o mesmo aconteceu com uma das juízas. O procurador, quando na apuração da matéria, não havia retornado às atividades e também não fora localizado.

O radialista também foi procurado, atendeu a ligação, mas disse que não poderia se pronunciar. No entanto, em novembro passado, em entrevista ao JORNAL DA CIDADE, ele disse que foi orientado pelo secretário de Segurança Pública, João Eloy de Menezes, a redefinir sua estratégia de segurança, pois o próprio Eloy recebeu a informação de que ele estaria marcado para morrer.

O secretário João Eloy está em férias, mas também em entrevista ao JC, publicada no dia 13 de dezembro passado, ele disse que a tal lista não existe. “Isso não procede”, respondeu, ao ser questionado se ele teria recebido uma lista com 16 nomes de pessoas que Floro teria interesse em matar. Sobre a segurança do radialista, ele confirmou que a Divisão de Inteligência Policial (Dipol) saberia da existência de um possível ataque a um comunicador, mas diz que não estaria relacionado com esse radialista. Apesar de o secretário de Estado da Segurança Pública negar a existência da lista, ela foi confirmada por duas seguras e diferentes fontes do JC na SSP.

Histórico

Todas as pessoas que morreram até agora tinham uma relação direta ou indireta com Floro Calheiros. O delegado André Serra foi quem o indiciou como mandante do assassinato do ex-deputado estadual Maurício Cotrim Guimarães, 59, em setembro de 2007. Só que tempos depois ficou descoberto que Floro não tinha nada a ver com crime, que foi praticado por ciganos em virtude de uma dívida que Cotrim tinha com eles e que não foi paga. Floro Barbosa Calheiros é alagoano e trabalhava como agiota; é foragido da Justiça de Sergipe, também conhecido como “Ricardo Alagoano”.

O pistoleiro Antonio Medeiros, o Alemão, confessou vários crimes a mando de Floro. Um deles praticado em Canindé de São Francisco, em Sergipe, quando, segundo revelou, matou “um homossexual por divergências políticas de Ricardo Alagoano com a vítima”. Alemão confessou ter matado, ainda em Canindé de São Francisco, um segurança de nome Josivaldo, também a mando do próprio Floro Calheiros.

O delegado especial André Luiz Serra havia elucidado outros crimes: a morte do gerente José Carlos da Silva Moraes, 51 anos, do Complexo de Lazer Axé Moi, em Porto Seguro, no dia 18 de setembro 2008; a execução do traficante “Toninho”, ocorrida nos fundos de um motel às margens da BA-290, em Teixeira de Freitas; o assassinato do empresário Djair Elói, sócio-gerente do grupo “Para Todos” jogos lotéricos em Eunápolis, em 25 de março de 2007; e, há cerca de sete anos, a mulher de um homem identificado como Guta, um contador de Teixeira de Freitas, este também teria sido a mando de Floro Calheiros.

Alemão confessou ainda que soube da própria boca de Floro Calheiros que ele teria sido o responsável pela chacina, em 2003, de cinco pessoas de uma mesma família nas dependências de uma fazenda de propriedade de um empresário do ramo de móveis e eletrodomésticos na localidade de Corumbau, no litoral norte do Prado, também na região sul da Bahia.

A mando de Floro, Alemão também esteve em Ariquemes, no Estado de Rondônia, para matar uma pessoa que ameaçava, junto com os índios, invadir suas terras. O pistoleiro também confessou que já estava contratado por Floro para matar um agropecuarista de Teixeira de Freitas, pecuarista de nome “Jamil”, por causa de uma transação mal feita na compra e venda de gado.

Mortos que estariam na suposta lista

Maurício Cotrim Guimarães, 59 anos – Ex-deputado, proprietário da Cerâmica Gatto, foi assassinado com cinco tiros, no dia 14 de setembro de 2007, na Praça Dois de Julho, em Itamaraju, enquanto fazia caminhada.

Estácio Silva Gomes, 53 anos – Empresário que ajudou as investigações sobre o caso tomarem novo rumo, foi assassinado em 18 de novembro do ano passado, em companhia de seu filho, o estudante de Direito, João Paulo Gomes Silva, 26, no Centro de Teixeira de Freitas.

João Paulo Gomes Silva, 26 anos – Filho do empresário Estácio Gomes, morto junto com ele, em frente ao estabelecimento comercial da família, em Teixeira de Freitas.

Antônio Medeiros, o “Alemão” - Depois de várias reviravoltas no crime, confessou ter matado Cotrim, juntamente com outro pistoleiro, Fábio Alves dos Santos, o “Roque”. Foi preso em casa, na cidade de Eunápolis. Ele ficou sete meses preso, parte deles na sede da Polícia Civil, em Salvador, mas foi solto por falta de provas, em junho do ano passado, onde garantiu que confessou os crimes porque sofreu torturas na prisão e prometeu entrar com processo contra o Estado da Bahia. “Alemão’” foi libertado depois de a polícia concluir que foram três irmãos ciganos que contrataram pistoleiros para realizar o crime.

Ele confessou ainda as mortes do gerente da Cabana Axé Moi, José Carlos Silva Moraes (o Carlinhos do Axé Moi), do bicheiro Djair Eloy, em Eunápolis e do traficante “Toninho”, de Teixeira de Freitas. Já em Sergipe, ele confessou ter assassinado em Canindé do São Francisco, um homossexual que a polícia suspeita ser o radialista Cazuza, morto em março de 2000, bem como o segurança de prenome Josvaldo. Alemão foi assassinado com um tiro na nuca no dia 1º de fevereiro 2009 em Eunápolis.

Paulo Pereira da Anunciação, 36 – Pistoleiro morto em Porto Seguro, na mesma noite em que ‘Alemão’ foi executado. A polícia acredita que ele tenha participado da morte de ‘Alemão’ e foi eliminado em seguida pelos próprios contratantes, como queima de arquivo.

Maria Angelina Nogueira Guimarães ou Regina Cotrim, 54 anos - Viúva do ex-deputado Maurício Cotrim, foi assassinada na noite do dia 28 de fevereiro, com cinco tiros, por volta das 22h, na presença das duas filhas, em frente ao Restaurante e Pizzaria Lofty, na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Castelo Branco, na cidade de Teixeira de Freitas. Ela cobrava providência das autoridades sobre a investigação da morte do deputado. De acordo com ela, Cotrim tomou R$ 100 mil nas mãos de ciganos, em 2004, a pedido de Frei Dilson Santiago (PT), então candidato e atual prefeito, que se comprometeu a quitar o débito com 10 cheques de R$ 28 mil cada.

Leia mais no Jornal da Cidade deste domingo, 10/1/10

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