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terça-feira, 12 de maio de 2009

Morte e 170 desabrigados no município de Estância



Texto: Janaina Cruz
As fortes chuvas que caíram em Sergipe na madrugada de domingo, causaram a morte de um homem em Estância, e de uma menina em Aracaju. Em Maruim e São Cristóvão, casas foram inundadas, mas segundo as prefeituras ninguém ficou desabrigado. A situação mais preocupante ocorreu em Estância, a 68 quilômetros da capital, onde o rio Piauitinga subiu cinco metros nas primeiras horas do domingo, deixando 170 pessoas desabrigadas. Quatro bares, uma pousada e 14 carros ficaram submersos. Um galpão e uma das cabeceiras da centenária ponte que liga o bairro Bonfim à BR 101 foram destruídos.
O empresário Djun Suzuki foi surpreendido pela água no quilômetro 140 da BR 101, próximo a sua fazenda, nas redondezas do posto de combustível Águas Claras, em Estância. Ele estava em uma Saveiro branca e não conseguiu sair do veículo. Populares ainda o resgataram e levaram para o hospital da cidade, mas ele não sobreviveu. O corpo do empresário foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), em Aracaju, e liberado no mesmo dia.

Segundo moradores, o nível do rio Piauitinga começou a subir por volta das 4 horas do domingo. “Uma hora depois, já estava tudo cheio. Foi muito rápido”, informou o empresário Marcos André de Souza, mais conhecido por Figurinha. O carro dele e mais 13 veículos estavam no estacionamento do XPTO, um complexo de quatro bares, uma pousada e uma oficina, onde a água atingiu o teto. “Acho que nenhum carro que estava lá tinha seguro. Vamos ver se depois que for feito os serviços de motor e instalação elétrica dá para recuperar os carros”, lamentou Marcos.
Josimeire Santos, esposa do proprietário do Duda’s Bar, também do complexo XPTO, disse que não sobrou sequer um garfo do estabelecimento que existia há 12 anos. “O vigia foi chamar a gente em casa e quando chegamos lá já estava tudo cheio. Não deu para salvar nada. Perdemos som, televisão, cinco freezers, parabólica, bebidas e utensílios domésticos. A água levou tudo. Só ficou o alicerce. Não paramos para calcular o prejuízo, nem sabemos o que vamos fazer. O bar era nosso sustento e de outras pessoas que trabalhavam lá”, relatou. O proprietário de outro bar estimou em R$ 50 mil o prejuízo.
A centenária ponte que liga o bairro Bonfim à BR 101, construída em 1860 para receber o imperador Dom Pedro I, teve uma de suas cabeceiras levada pela força da correnteza. “Parte da grade e do meio fio foram destruídos. A ponte só não caiu porque foi bem construída. A estrutura é muito boa e foi mantida”, comentou Luiz Carlos Dussantos, secretário de Comunicação de Estância. Conforme alguns moradores, a última grande cheia do rio Piauitinga aconteceu em 1964. No domingo pela manhã, a Polícia Rodoviária Federal interditou um trecho da BR 101 para evitar acidentes. Ontem, três bairros ficaram sem água por conta dos prejuízos causados na adutora da cidade.
Situação de emergência

As 170 pessoas que ficaram desabrigadas em Estância, foram inicialmente levadas para o ginásio de esportes da cidade. De acordo com o secretário de Comunicação Luiz Carlos Dussantos, todas foram alimentadas, cadastradas, receberam roupas e mantimentos e, ontem pela manhã, foram distribuídas entre os pontos de assistência social da prefeitura, como a Casa do Albergado. O prefeito Ivan Leite decretou estado de emergência e aguarda o auxílio do governo do Estado.

Destruição em Maruim e São Cristóvão

Com um pouco mais de chuva do que em Estância, porém com menos prejuízos, o temporal da madrugada do domingo também assustou moradores de Maruim e São Cristóvão. Conforme a Defesa Civil Estadual, em Maruim a água do rio Ganhamoroba atingiu cerca de 430 casas, a uma altura de 20 e 50 centímetros. Já na parte baixa da histórica cidade de São Cristóvão, o rio Paranopama também encheu, invadindo 220 residências. Apesar dos prejuízos, segundo as prefeituras, nenhuma família ficou desabrigada.

“Em São Cristóvão as avenidas Félix Pereira e Beira Mar e as ruas Graccho Cardoso e Jardim foram as mais atingidas. O rio encheu muito entre a meia-noite e duas da madrugada do domingo, chegando a um metro em algumas casas. Mas logo depois baixou a vazão, deixando apenas prejuízos materiais”, explicou o capitão Alexandre Alves, coordenador da Defesa Civil Estadual.

Conforme a assessoria de Comunicação da Prefeitura de São Cristóvão, desde a madrugada do domingo, funcionários ajudaram os moradores e, além disso, equipes fizeram o levantamento das áreas mais arriscadas. Não foi registrado desabamento de casas, mas uma ponte chegou a ruir, porém a assessoria não soube precisar o local, informando somente que não foi no perímetro urbano.

Já em Maruim, novamente o rio Ganhamoroba voltou a tirar o sono dos moradores. “A Defesa Civil municipal está monitorando o nível do rio e está atuando muito bem. Lá a água recuou logo, foi só um susto”, comentou o coordenador da Defesa Civil Estadual. Segundo a secretária municipal de Ação Social, Joselita Santos, as casas foram atingidas, mas não como em 2008, quando mais de 100 famílias ficaram desabrigadas.
“Uma equipe da Secretaria acompanhou tudo e providenciamos um sopão no domingo. A chuva foi intensa, mas os moradores estavam preparados, suspenderam colchões e móveis. Por volta do meio-dia, a vazão do rio começou a baixar e a chuva deu uma trégua”, relatou Joselita. Os bairros mais atingidos em Maruim continuam sendo o São José e Coelho. Em Laranjeiras também choveu bastante, mas as águas do rio Cotinguiba não atingiram as casas.
Previsão é de mais chuva até a sexta

Até sexta-feira deve continuar chovendo em todas as regiões de Sergipe. Conforme o meteorologista da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Overland Amaral, choveu em Aracaju, nas madrugadas de sábado e domingo, cerca de 180 milímetros. Na região da Bacia do Rio Piauí, onde estão localizadas Estância, Boquim, Salgado, Itaporanga e Lagarto, o índice de precipitação foi acima de 200 mm. Na Bacia do Japaratuba, onde está Maruim, choveu acima de 250 mm.

Os fortes trovões verificados no sábado, que não são muito comuns em Sergipe - acabaram amedrontando muita gente -, estavam previstos para esse período e foram resultado do ar quente que entrou em contato com o movimento vertical da massa de ar. “Choveu em todo o Estado, do litoral para o interior. E a previsão é que continue chovendo com a mesma frequência e, em alguns momentos, com a mesma intensidade”, alertou Overland.
A maré também deve continuar alta até o final de semana, chegando a 2.2 em determinados horários. Ela volta a subir no final deste mês. O mar também está mais agitado, provocando ressaca. Os ventos fortes vindos do Sudoeste podem ficar acima de 30 quilômetros por hora, quando o normal seria de 10 a 12 km/h. A altura das ondas também estará elevada, passando a 3 metros em mar aberto, bem acima do normal que é de 1 a 1,5 metros.
Fonte: Jornal da Cidade

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