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sábado, 5 de setembro de 2009

Prefeitos dizem que João Alves abusou do autoritarismo ao agredir Toinho de Dorinha

Reunidos em um almoço no início da tarde desta sexta-feira (4), cerca de 40 prefeitos de Sergipe se solidarizaram com o prefeito de Poço Verde e presidente da Associação dos Municípios do Centro-Sul de Sergipe (Amurces), Antônio da Fonseca Dórea, o Toinho de Dorinha (PSB).
Na última terça-feira (1º) à noite, quando retornava a Aracaju em um vôo saindo de Brasília, o prefeito foi surpreendido pelo ex-governador João Alves Filho (DEM) que, de forma hostil, passou a agredi-lo verbalmente com palavras de baixo calão. Várias pessoas, entre elas o diretor do Sebrae, Gilson Figueiredo e o secretário de Estado da Casa Civil, Oliveira Júnior, testemunharam o fato.
“Não desejo a ninguém o que passei no aeroporto de Brasília. Fui tratado de forma grosseira e minha única reação foi ficar anestesiado com tudo aquilo. Acredito que foi mais um momento infeliz do ex-governador”, relatou Toinho de Dorinha, que agradeceu o gesto de solidariedade dos colegas. “Foi um atentado à dignidade humana, mesmo assim para mim esse episódio já foi superado, principalmente agora que estou recebendo o apoio de vocês”, disse.
Indignado com a situação, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), afirmou aos colegas que assim que tomou conhecimento do fato, fez questão de ligar para alguns deputados e prefeitos para propor uma reação de forma educada e civilizada. “Estamos aqui hoje com uma nota de repúdio contra o ex-governador e em solidariedade a Toinho de Dorinha. Já temos mais de 40 assinaturas e vamos chegar a mais de 50”, prometeu.
Segundo Nogueira, o ato reunindo os prefeitos não tem nenhum caráter político, mas é um gesto de solidariedade a um colega que foi duramente agredido. “Não é possível que nós prefeitos sejamos desmoralizados pelos próprios políticos e fiquemos calados. Será que vamos aceitar isso? O que aconteceu com Toinho de Dorinha poderia ter acontecido com qualquer um de nós. Nossa autoridade foi dada pelo povo, por isso não vamos deixar passar em branco esse fato que eu considero gravíssimo”, garantiu.
Edvaldo Nogueira também repudiou o termo “mamateiro” utilizado pelo ex-governador para classificar alguns prefeitos que estariam com o governo para, no momento certo, passarem para o seu lado. “Quando alguém chama prefeito de mamateiro, está contribuindo para denegrir a nossa imagem. Em 2006, 43 prefeitos apoiaram a reeleição de João Alves. Será que eles eram mamateiros? Tenho certeza que não”, avaliou o comunista.

O presidente da Associação dos Municípios do Baixo São Francisco, Ricardo Roriz (PT), também deu seu apoio a Toinho de Dorinha. Ele lembrou que foi atacado pelo genro do ex-governador, o deputado federal Mendonça Prado (DEM), que o chamou de mutante porque teria trocado várias vezes de partido. “Tive dois partidos em toda a minha vida. O PDT, por onde me candidatei a deputado estadual em 1994, e depois o PT, no qual estou filiado hoje”, esclareceu.
Roriz ressaltou que seu papel é defender qualquer prefeito que tenha sido agredido por quem quer que seja. “Como prefeito, sou aliado do governador, mas como presidente da associação estarei ao lado dos prefeitos sergipanos, independentemente de onde possam partir qualquer tipo de agressão. Temos que agir assim hoje porque amanhã pode ser qualquer um de nós”, advertiu.  
De acordo com Edvaldo Nogueira, assim que a maioria dos prefeitos assinar a nota, ela será amplamente divulgada nos meios de comunicação. O texto afirma que João Alves agiu de forma hostil, desrespeitosa e abusando do autoritarismo.

Ne Notícias

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