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VIVA A VIDA!!!!!!!!

terça-feira, 24 de março de 2009

A SAÍDA DE ANA LÚCIA

Diógenes Brayner

Se dependesse do governador Marcelo Déda (PT) é possível que a deputada Ana Lúcia (PT) se mantivesse na Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social. Ela realizou um bom trabalho, sem fazer alarde. Adversários diziam que ela enxergava apenas o pessoal da sua tendência política, mas dentro do Governo a ação dela na área social era reconhecida por Déda e outros auxiliares. A questão é que Ana Lúcia, que tem uma característica de luta, não podia continuar nesse fogo cruzado entre a sua classe e o Estado. Tentou, todos podem ter certeza que ela tentou, mas chegou o momento que tem de optar. E escolheu ficar com o Sintese, onde sempre esteve nos momentos mais difíceis. A professora foi correta. Soube dividir bem a sua atividade como auxiliar do Governo, da ação sindical e trabalho parlamentar.
Em nenhum momento traiu a confiança do governador e nem a causa dos professores. Atuou na intermediação do movimento grevista até onde pode. Quando sentiu que não tinha condições para chegar a uma conciliação, preferiu se afastar do Governo e retornar à Assembléia Legislativa, cujo mandato de deputada estadual lhe fora concedido através do voto de significativa parte dos professores. Ana Lúcia foi uma das únicas lideranças da Articulação de Esquerda – uma das alas que dividem o Partido dos Trabalhadores – a participar da equipe de Governo. Não era uma estranha no ninho, em razão da confiança e respeito que o governador Marcelo Déda sempre expressou por ela, mas não integrava o mesmo pensamento da maioria, composta por uma tendência mais flexível do PT [Articulação na Base] e por integrantes de outras legendas que se aproximaram do Governo.
No ato de afastamento de Ana Lúcia, que só acontecerá após uma conversa com o governador Marcelo Déda [o que se dará a qualquer momento], não há um pensamento apenas na questão da greve dos professores. Mas na necessidade de retomar as suas atividades como parlamentar, porque tem sido uma cobrança dos seus eleitores. Ana Lúcia explica, inclusive, que não tem reduto eleitoral – os chamados currais de porteira fechada – porque os seus votos estão numa ala da esquerda consciente e nas entidades classistas, onde ela sempre atuou. Nesse caso, é claro que professores, médicos, servidores públicos, operários e segmentos excluídos da sociedade sempre tiveram uma voz na Assembléia, desde quando ela se elegeu pela primeira vez. É possível que a sua ausência, para servir ao Governo, mesmo que seja do Partido dos Trabalhadores, cause constrangimento e desconfiança desse eleitorado que a elege exatamente para representá-lo no legislativo.
A saída da equipe do Governo não significa rompimento ou insatisfação [o seu retorno ainda não é questão fechada]. Ela continuará na base aliada do governador Marcelo Déda e exercendo a atividade de mediadora, para que se dê uma solução que seja bom para as partes. Terá a função mais de bombeira que de incendiária, porque o seu objetivo não é fazer um confronto com o Governo, mas buscar o entendimento, em que não haja vencido e nem vencedor. O retorno da deputada Ana Lúcia também vislumbra as eleições de 2010. Ela precisa voltar às mobilizações para não ferir o seu currículo e nem oferecer motivos para uma oposição ágil, que também cobra dela trabalho em favor de sua classe.
Quanto ao nome que vai substituir a Ana Lúcia ainda não está em pauta [caso esteja ainda não saiu do gabinete do governador]. Perguntado se seria a deputada Conceição Vieira (PT), Déda respondeu que possivelmente não. Lembrou que em dezembro tinha feito uma reforma na equipe e iria pensar. Na Assembléia Legislativa o comentário é que será a deputada, para que o suplente Gilmar Carvalho (PSB) continue exercendo o mandato. Como Marcelo Déda disse que tem um sentimento de irmão com a deputada Ana Lúcia, o melhor é esperar pelo resultado da conversa e a consolidação ou não do seu afastamento.
ULISSES-1
Não deveria ter partido do desembargador Edson Ulisses a decisão de que a greve dos professores da rede estadual de ensino é ilegal.
Ulisse poderia ter se julgado impedido e passado a bola para outro.
Apesar de sua decisão parecer correta, dará o discurso de nepotismo ao Sintese e argumento ao Ministério Público Federal (MPF). Ulisses é cunhado do governador Marcelo Déda.

ULISSES-2
Qualquer um outro desembargador tomaria essa decisão e não levantaria argumentos de protecionismo pelo parentesco.
Agora não. Com certeza será posto na rua que Ulisses agiu em favor do cunhado Marcelo Déda e não pela titude correta de um desembargador isento, como o é.

ANA LÚCIA
A secretária de Desenvolvimento Social, deputada Ana Lúcia (PT), pode deixar o cargo até A próxima semana, depois de conversar com o governador Marcelo Déda (PT).
Ana Lúcia retornará à Assembléia Legislativa para continuar o seu trabalho parlamentar. Deixa a Casa o deputado suplente Gilmar Carvalho (PSB).

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