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VIVA A VIDA!!!!!!!!

quarta-feira, 18 de março de 2009

“Quem é você que não sabe o que diz?”

Tem uma música do genial Noel Rosa, cantada pelo extraordinário João Gilberto, que pode cair como uma luva ao que falou e não disse o secretário de Estado da Educação, José Fernandes de Lima. A música é “Palpite infeliz”. Ela começa assim: “Quem é você que não sabe o que diz. Meu Deus do céu que palpite infeliz”.

Pois bem, quem teve o desprazer de ouvir a entrevista coletiva do secretário deve ter saído com essa sensação. Como é que pode aquele senhor ser secretário de Estado da Educação? Ao que parece não conhece a rede de ensino e seus problemas. Mais de dois anos no cargo. Está todo embananado. Que dificuldade de articular as palavras, de manusear folhas de papel, de falar com algum sentido, pelo contrário, dizia coisa com coisa. Que tristeza.

Bom, pelo menos ele copiou direitinho aqueles gestores que não respondem nada diante de denúncias e tentam mudar o foco para o denunciante, isto é, ataca o denunciante na intenção de esquecer a denuncia. Isso se resumiu a entrevista. Que pobreza.

Veja que coisa maluca. O secretário começa mostrando as maravilhas da informática. Nem Bill Gates venderia tão bem um governo extremamente virtual como ele. O secretário estava maravilhado porque a intranet (rede interna de computados – repito INTERNA ) tem os dados da Educação. Uma maravilha do quê secretário? O acesso aos dados públicos é restrito a servidores que têm login e senha, ou seja, é um caos sobre a concepção pública. Os dados teriam que estar na internet e mesmo assim não seria novidade alguma.

Ele não entrou e nem a imprensa perguntou sobre a essência das denúncias feitas pelo Sintese. Misturando números, páginas, brigando com a informática, sem saber o que dizer e nem para onde olhar, respondia superficialmente as questões postas, ou seja, não disse nada com nada, a não ser tentar desqualificar o denunciante.

As denúncias
Quanto à fabricação de 15 folhas de pagamento de pessoal da Educação, o secretário disse que não são 15 folhas, mas 15 formas, modalidades diferentes de pagamento de pessoal da Educação. Aquilo mostrado pelo sindicato estava destrinchado. É melhor ri para não chorar. Sobre as distorções na folha não apresentou explicações convincentes. É mais que uma tragédia comunicativa.

Ele confirmou a farra de contratos de professor e pessoal administrativo, com o apoio do Ministério Público, mesmo tendo pessoal administrativo concursado. São mais de 1 mil contratos. Informou que a Secretaria de Estado da Educação tem apenas e tão somente 271 cargos comissionados diretamente da SEED, fora de outras secretarias que vão para lá. Juquinha, por exemplo, era cargo da Casa Civil.

Confirmou também a existência de 40 tipos de gratificações, mas jurou que todas têm leis antigas, aprovadas na Assembléia Legislativa, que as ampare, a não ser as daqueles servidores que vêm de outras secretarias e trazem as gratificações. Para que a Educação continue pagando essas novas gratificações, cria-se um jeitinho, arrumam-se uns nomes bonitos, umas siglas e pronto, está resolvido. Diz o secretário que é direito adquirido.

Sobre a possibilidade de saques indevidos do Fundeb, o secretário lembrou a existência do Fundef, e disse que isso não existe, que os saques são legais, que o pessoal do Sintese não entende esses saques técnicos e que isso é uma denúncia requentada. Bom, e daí secretário?

O principal nome do Governo Marcelo Déda na Educação disse, em alto e bom som, que tem apenas que prestar contas aos órgãos de controle do Governo. E isso será feito. Não é não, senhor secretário. Os dados e os números são públicos, portanto o senhor e qualquer funcionário público têm que prestar contas ao público, ou seja, a qualquer cidadão votante deste país.

Cá para nós, quem minimamente acompanhou a gestão trágica do senhor José Fernandes de Lima na UFS, como reitor, e dos assessores (gente conhecida) por lá já sabia o que isso ia dar na Secretaria de Estado da Educação. Novidade, novidade não é. Se a Educação da rede estadual terminar como terminou o mandato do reitor na UFS....hum pobre dos estudantes, professores, pais de alunos...da educação pública em Sergipe. Pode ser a apoteose do caos. E a culpa de quem será?

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