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VIVA A VIDA!!!!!!!!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

João, Saumíneo e Banese em águas turvas

Não é mais tão novidade: o Banese navega em mares de intensa escuridão e está sendo guiado por dois lemes atravessados, o do diretor-presidente Saumíneo Nascimento – condução que lhe é natural –, e o do ex-presidente dessa mesma instituição e atual secretário da Fazenda, João Andrade, que se faz presente ali como presidente do Conselho de Administração. Como navio que tem dois comandantes afunda, certamente um dos dois será atirado aos tubarões. Mas João já não foi ao ser destituído do cargo? Embora Saumíneo ajoelhe e jure de pés juntos que não exista qualquer mal-estar no Banese e nessa relação com João, o que se diz extra-oficialmente é que um tempo nebuloso permeia aquele navio.

Saumíneo adota uma postura perigosa e de extrema diplomacia com relação a João Andrade, ao atribuir-lhe as mais fervorosas referências quando fala sobre o passado do Banese. Mas isso, além de corroer suas vísceras até a mais profunda entranha, pode custar-lhe muito caro – tanto a ele quanto ao banco, o que é mais grave. João Andrade deixou o Banese, mas continua estendendo seus tentáculos sobre a gestão em instâncias que vão muito além de sua esfera como presidente do Conselho de Administração. O governador Marcelo Déda e Saumíneo Nascimento insistem num discurso uníssono e afinado de normalidade. E isso é totalmente previsível. Essa é mesma a função deles: não potencializar qualquer tipo de pânico. Afinal, credibilidade de banco se faz de calmaria e não de turbulência.

A questão é que essa ‘nomalidade’ tem levado o Banese a mares de águas turvas. João Andrade entregou o leme para Saumíneo, mas deixou como herança um baú amaldiçoado, com uma tripulação que iça bandeira ao seu mais simples comando de voz. E isso tem ameaçado a sobrevivência de Saumíneo e levado perigo à estabilidade do banco. Mas até quando Saumíneo, levando flores, vai suportar a picada dos espinhos? Por mais que atravesse águas turbulentas, em algum momento ele vai ficar encalhado, navegando em círculos como se tivesse num redemoinho de difícil saída. A quem isto interessa?

Enquanto presidente do Conselho, a função de João Andrade é orientar o Banese sob um olhar macro e projetá-lo a mares seguros. Mas isso não tem acontecido. O secretário da Sefaz tem interferido em assuntos operacionais do dia a dia. E aí ele tem um vento forte a seu favor: em qualquer contenda com Saumíneo, ele terá grandes chances de sair como derrotador. João tem uma boa base de comandados e numa votação facilmente manda Saumíneo ao cepo dos derrotados. Isso aconteceu na discussão inicial sobre ampliação da licença maternidade, na questão do aumento concedido aos cargos comissionados da tripulação de João e na da contratação de terceirizados pelo Banese. E existem muitos outros casos nessa via dupla de autoridade.

Quando João Andrade insiste nessa metida de bedelho descabida e Saumíneo sustenta esse discurso de bom mocinho, do eternamente zen, ambos se colocam em posições perigosas. Nesse navegar de águas pouco transparentes, o Banese fatalmente seguirá uma rota desvirtuada de seu caminho. E essa situação, de certa forma, é totalmente enigmática e paradoxal. Afinal de contas, os dois não são do mesmo Governo, não atendem ao mesmo projeto político, não rezam pela mesma bíblia de um gestor maior? Mas isso implica que ambos devem segurar o único leme de uma mesma instituição? E aí, Marcelo Déda, Vossa Excelência é a favor do naufrágio?

 

CINFORM NOTÍCIAS

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