30 sessões por dia para “Era do Gelo 3”

Texto: Ivan Valença
Apenas um único lançamento – mas uma estreia impar, como nunca antes na história do cinema em Aracaju. Embora seja uma animação endereçada ao público infantil, “A Era do Gelo 3”, o novo filme do brasileiro Carlos Saldanha, ganha “status” de superprodução. O filme estreou na quarta-feira e ocupa nada menos que 30 sessões diárias, e sem promoções. Os ingressos são “cheios” mesmo em dias de semana. Quer dizer, pelo menos nestes primeiros dias, levar a petizada ao cinema vai custar uma fortuna. O melhor é esperar um pouco mais para que os preços cedam um pouco. Para os mais apressadinhos há duas pré-estréias: “A Proposta”, com Sandra Bullock e “17 Outra Vez”, sobre camarada que retorna à idade de 17 anos.

A ERA DO GELO 3

Para a crítica Ana Martinelli, do site “Cine Click”, “A Era do Gelo 3” é o melhor filme da trilogia” e fica ainda melhor se visto na versão em 3ª. Dimensão. Mas, aqui em Aracaju o filme passa apenas em tela plana, nada de efeitos tridimensionais para nós. Ela destaca que “Scrat, o esquilo pré-histórico, está de volta e a perseguição pela sua preciosa noz continua. Mas nada será como antes, pois ele vai ter que disputar a tapas sua bolota fujona com uma fêmea, Scratita.
“Dividido entre a noz e sua paixão arrebatadora, Scrat vai entrar em enrascadas ainda maiores. O romance dos dois esquilos é um dos pontos altos do filme, as piadinhas visuais são divertidíssimas, sacanas e a trilha sonora que complementa esses momentos é espirituosa.
Como “You´ll Never Find Another Love Like Mine” (na tradução literal, “Você Nunca Vai Acabar Um Amor Como o Meu”), sussurrada no melhor estilo sedução à Barry White, ou um tango no qual entre um passo dramático e outro, a noz é disputada por pernas e rabos disputando o que realmente interessa, a noz.
“Enquanto isso, depois da fuga dos animais por causa do degelo em “A Era do Gelo 2”, a nova aventura, na verdade, traz em seu título original uma explicação do que se pode esperar: os temidos gigantes Dinossauros. O que antes era apenas um bando de mamíferos-amigos virou literalmente uma família que, como qualquer outra, tem conflitos e amor. Manny e Eli esperam seu primeiro filhote, o papai de primeira viagem é ansioso e super protetor, e, logo, entra em conflito com Diego, o dente-de-sabre, em crise de identidade por achar que está ficando molenga e acredita que a nova situação mudará logo.
“A saída de Diego, em busca de sua vida selvagem afeta Sid, a atrapalhada preguiça. Ao cair numa caverna congelada, por acidente, ele acha três ovos gigantes e uma solução perfeita para sua solidão: criar sua própria família. Bem, a mãe dos pequenos dinossauros vem reclamar a guarda de seus filhotes e leva Sid junto.
“Diante da nova situação, o bando esquece as diferenças e vai se aventurar para resgatar o amigo. Os dinossauros pareciam estar extintos, mas na verdade, há um mundo subterrâneo onde eles vivem numa imensa floresta tropical. Os cenários e a animação colorida, que desbanca todo o branco gelado tradicional dos dois filmes, são deslumbrantes.
“Mas não é só o visual que atrai. O roteiro de “A Era do Gelo 3” é complexo e o resultado divertido, feito para agradar tanto aos pequenos quanto aos crescidinhos, sejam eles pais ou não. Efeitos especiais são legais, mas principalmente quando servem a uma boa história. Quem sai ganhando é o público e também o cinema, ainda mais em tempos que Hollywood anuncia uma refilmagem atrás da outra. E a resposta do público, devidamente revertida em bilheteria, não deve ser menor do que das produções anteriores. “A Era do Gelo” mostra-se uma franquia muito lucrativa: o primeiro custou US$ 59 milhões e faturou US$ 383 milhões e a arrecadação da bilheteria correspondeu às expectativas, US$ 651 milhões de dólares. Em “A Era do Gelo 3” gastaram US$ 90 milhões. Alguém aí arrisca um palpite”.

Algumas curiosidades em torno de “A Era do Gelo 3”.

O primeiro filme da série foi lançado em 2002. O segundo em 2006. Um quarto capítulo pode estar a caminho se o número 3 ultrapassar a arrecadação de 400 milhões de dólares, o que não deve ser difícil. 
O brasileiro Carlos Saldanha foi co-diretor do primeiro filme e assumiu sozinho o segundo capítulo, igual ao que ocorre com o terceiro. Especialista em animação no celulóide, ele já é dos mais conhecidos diretores de animação, tanto ou mais do que qualquer realizador dos Estúdios Disney. 
Na versão dublada – não nos chega nem uma mera cópia com legenda – as vozes ouvidas pertencem a Tadeu Melo (Sid, John Leguizamo no original), Márcio Garcia (Diego, Denis Leary na versão americana), Diogo Vilela (Manny, Ray Romano no original), Claudia Jimenez (Ellie, Queen Latifah no original) e Alexandre Moreno (Buck, o cômico Simon Pegg no original).
Como os filmes de animação estão em alta, há uma série deles na fila para lançamento. O tão aguardado “Up” que abriu o Festival de Cannes só chega em setembro. No dia 24 próximo, estréia “G-Force”, da Disney. 
Na equipe de roteiristas estão, além de Michael Berg e Peter Ackerman que colaboraram com os outros dois títulos anteriores, Mike Reiss, que integrou a equipe de “Simpsons” e o novato Yoni Brenner 
A crítica americana destacou o bom uso do sistema 3-D, ou seja, a terceira dimensão. Aqui no Brasil, vão circular 60 cópias de “A Era do Gelo 3” dentro do novo sistema.

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