Esse é o resultado do estudo Receita pública: quem paga e como se gasta no Brasil, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo, fruto de um convênio assinado entre o Ipea e a Receita Federal, calculou que os brasileiros mais pobres têm de trabalhar durante 197 dias do ano para pagar os tributos cobrados pela União, Estados e Municípios. É quase o dobro dos 106 dias de esforço exigido dos brasileiros mais ricos do País, que ganham acima de 30 salários mínimos.
Com base no Sistema de Contas Nacionais do IBGE, a renda nacional pode ser dividida em rendimento dos proprietários (empregador e conta própria) e dos não-proprietários (empregados). Entre os proprietários, a incidência de tributos corresponde a 13,6% da renda. Já entre os não-proprietários, é equivalente a 24,4% da renda.
Segundo o presidente do Instituto, o professor Marcio Pochmann, os trabalhadores tem uma carga tributária 78% maior do que a dos patrões. De forma contraditória, quem tem menos dinheiro paga mais imposto aos cofres da União. De acordo com o estudo, quem recebe até cinco salários mínimos tem carga tributária superior à média do País.
A maior parcela dos gastos da população de baixa renda é com itens básicos como alimentação, habitação e transporte. No entanto, a maior parte do dinheiro arrecadado com os impostos não é gasto com esses itens. A maior verba é destinada pela União aos setores da previdência social, educação e saúde e com o pagamento de juros.
A pesquisa não tem como prever a quantia da arrecadação desviada em esquemas de corrupção.
(Com informações da Agência Envolverde e Radioagência NP)
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