Professor de português e prefeito do município de Simão Dias, distante da capital sergipana 105 quilômetros, Denisson Déda esqueceu sua origem e sua bandeira de militância. Essa é a opinião dos professores daquele município, que depois de muito diálogo com o gestor receberam o sinal vermelho para a implantação do piso salarial do magistério, fixado em R$ 950.
De acordo com a coordenadora da sub sede Centro-Sul do Sintese, Patrícia Silva, o prefeito, que representou a esperança para a categoria, acabou decepcionando a classe. “Ele era militante, assim como nós, e manteve um bom contato com os professores para a discussão sobre o piso. Ele afirmou que nossa proposta era boa, mas as negociações nunca avançavam, até que a decisão final foi dita em assembleia”, relata a professora.
A data que culminou com o desencanto dos professores pelo prefeito foi dia 3, última sexta-feira, quando Denisson apontou a lei de responsabilidade fiscal como a barreira que impedia a implantação salarial. “Ele disse que não existia possibilidade de implantar o piso esse ano e que estava analisando uma maneira de se enquadrar”, diz Patrícia.
O prefeito - que é primo do governador Marcelo Déda e que foi amplamente criticado pelo Sintese com a frase ‘não pise no piso’ - se defende dizendo que não pode ‘fazer mágica com números da realidade’. Denisson relata que mesmo com as economias feitas para aliviar o impacto na folha, o percentual está em 71,64%.
“Nós cortamos 70% dos cargos de comissão, além do salário dos secretários, do vice-prefeito e do meu. Se fosse para seguir a tabela exigida pelo Sintese teríamos que demitir cerca de 250 funcionários efetivos para a adequação da folha. Eu não posso fazer mágica diante desses números da realidade”, ressalta.
Quanto a virar a cara para sua classe, Denisson revela que sua forma de militar sempre foi centrada nas condições que o município poderia oferecer. “Sempre fui um militante consequente, analisando o que estava ao alcance do município para destinar a categoria. Eu mais do que ninguém gostaria que o piso fosse implantado, até porque quando deixar de ser prefeito voltarei a ser professor. Mas como gestor preciso atender as demais classes que esperam uma resposta”, afirma.
FONTE: SINTESE
CINFORM ONLINE
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